segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sorodiscordantes e "Percepto-discordantes" - olhares sobre o mesmo fato

Vivo numa relação sorodiscordante e em constante tensão por conta disso. O interessante é perceber que meu parceiro parece estar bastante tranquilo e eu fico com a impressão que eu é que me preocupo demais com as coisas. Como tenho minha carga viral zerada há algum tempo, meu infectologista disse que o sexo oral sem preservativo não ofereceria riscos a meu parceiro uma vez que a presença de vírus no sêmen já é normalmente mais baixa do que no sangue e que no meu caso deve ser até nula. Assim, expliquei a situação para ele e mostrei meus exames e desde então ele passou a fazer sexo oral em mim sem proteção. Ocorre que ele não engole meu esperma. Depois que eu ejaculo, ele se levanta, vai ao banheiro e cospe. Entendi que ele procedia dessa forma para evitar maior tempo de contato com sêmen e minimizar eventuais riscos´, ainda que pequenos. Outro dia desses devido a posição em que estávamos na hora da prática ele acabou engolindo parte do esperma. Pela reação dele depois do ato percebi que isso o havia incomodado e resolvi tocar no assunto. Perguntei-lhe: "parece que você engoliu sem querer e isso o deixou preocupado, é verdade?". Ele respondeu que sim, havia engolido sem querer e isso havia causado uma reação incômoda na garganta. Eu continuei dizendo: "não se preocupe pois os riscos de contágio são praticamente nulos independentemente de você ter engolido ou não, me desculpe pelo ocorrido". Ao que ele me respondeu que não havia porque pedir desculpas (a menos que eu tivesse feito de propósito) e que o incômodo era realmente pelo mal estar na garganta e não por outras questões. Eu fiquei surpreso com a resposta inesperada e comecei a pensar que talvez o fato de ele não engolir não tenha a ver com o fato de eu ser soropositivo mas seja uma preferência dele  (não gosta do sabor ou sei lá) e que talvez ele não tenha tido o costume de engolir de nenhum de seus parceiros anteriores, que eram soronegativos até onde sabemos. 
Minha reflexão então vai muito mais no sentido das percepções discordantes do que da sorodiscordância ou do fato em si. Da minha parte, estava preocupado com uma questão que eu achava que era central: ele não engole quando eu ejaculo porque tem medo de ficar com sêmen dentro do seu organismo e ter mais oportunidades de contágio. Da parte dele, ele parece não querer engolir simplesmente porque acha desagradável.
Durante muito tempo a condição de soropositivo pareceu ser algo inócuo na minha vida. Eu tinha uma condição de saúde em ótimo estado e não tomava nenhuma medicação. Além disso, estava num relacionamento estável (que durou 6 anos) com uma pessoa que estava muito segura sobre o que queria e demonstrava estar bastante tranquila ao lidar com essa questão.
Atualmente, por ter que tomar medicação e por estar um relacionamento mais recente essa questão voltou a ocupar um lugar importante na minha vida. Além disso, algumas rejeições vinculadas à descoberta da minha condição de soropositividade geraram em mim uma certa insegurança sobre a forma como os outros lidam com isso. Tenho tentado ser transparente e deixar que meu parceiro tenha acesso a todas as informações que eu também tenho para que ambos tomemos decisões de forma bastante consciente, mas ainda assim sinto que vivo alimentando alguns fantasmas que não precisariam estar mais me atormentando. Será que sou o único?

domingo, 30 de março de 2014

Aparência de soropositivo

Estava me lembrando de alguns fatos curiosos: Meu atual namorado comentou comigo que desde que me conheceu suspeitou que eu fosse soropositivo pelo fato de ser bem magro. Ocorre que eu sempre fui magrelinho, desde criancinha.
Uma vez, há anos atrás, um cara com quem eu estava me perguntou se eu era HIV+. Eu fiquei desconcertado e neguei. Então ele disse que eu não precisava mentir, porque ele havia percebido pelo cheiro (!!??) Disse que sabia que a medicação nos deixava com um certo odor e que ele o havia reconhecido. O detalhe é que nessa época eu ainda não tomava remédio nenhum! O que eu havia feito de diferente é usar um sabonete da natura para peles acneicas que tinha um cheiro muito forte. Falei isso pra ele, mas não adiantou. Ele pôs na cabeça que eu era soropositivo (essa parte era verdade) e que o havia descoberto pelo cheiro que a medicação deixava (essa parte é falsa).
Essa semana, na academia, estava conversando com meu instrutor e contando pra ele que em virtude de um problema intestinal eu havia perdido 5kg (o que faz miuta falta para alguém que é magro como eu) e ele comentou: "Pois é, logo vi que alguma coisa tinha acontecido. Essas coisas são terríveis mesmo. Lembro de um amigo meu que também teve infecção e perdeu 12kg. Quando encontrei com ele achei que ele estava aidético".
Daí, me vi na seguinte reflexão: Algumas pessoas (maioria?) parecem ter um estereótipo do aidético magrinho à beira da morte. E mais ainda, não sabem a diferença entre soropositivo e pessoa com aids. Fico pensando se mais campanhas informativas não poderiam ajudar a reduzir essa imagem deturpada. E mais ainda, se isso seria benéfico para pessoas que, como eu, tem o vírus  mas gozam de excelente saúde por se cuidarem de forma adequada. Chego a pensar que atualmente eu sou até mais seguro do que alguém que vive por aí na "pegação" e nunca faz o teste para saber se é positivo ou não. Eu, pelo menos, sei que sou, tomo remédios e com isso mantenho a carga viral zerada sendo praticamente inofensivo, mesmo se houver um acidente.

sábado, 29 de março de 2014

Uso de Mirtazapina para Ansiedade e depressão

Sempre fui uma pessoa ansiosa. E sempre tive tendência a ter momentos depressivos. Em termos de patologia nem sempre é simples definir quem gerou o que, mas muitos estudos tendem a mostrar que a ansiedade pode ser um dos sintomas associados a uma depressão maior.
No meu caso, tive uma série de estressores concentrados num período de tempo que me levaram a apresentar uma série de sinais preocupantes:
- insônia crônica: acordava por volta de 3h30-4h da manhã e não conseguia mais dormir;
- dificuldade extrema de concentração: impossível ficar muito tempo fazendo qualquer coisa. Os estudos estavam indo por água abaixo, o trabalho ficando mal feito;
- pessimismo em relação a tudo: sempre vendo o copo meio vazio - no trabalho, no relacionamento, nos estudos, na saúde etc;
- irritabilidade fácil com as pessoas: qualquer coisa que me desagradasse já era motivo para que me irritasse com a pessoa que o causou, ou se não explodisse, ficava com um sentimento muito desagradável dentro de mim;
- sensação de angústia: era como se algo muito ruim estivesse prestes a acontecer.
- tristeza: sensação de descontentamento generalizado com a vida
- perda de apetite e de peso: tinha dificuldade em me alimentar e com isso estava perdendo muito peso
Decidi então procurar um psiquiatra, que me receitou Mirtazapina 30mg para tomar a noite. Os efeitos colaterais esperados eram sono e aumento do apetite. Ambos muito desejados já que estava emagrecendo e dormindo muito mal.
Consultei meu infectologista sobre as interações medicamentosas da Mirtazapina com os remédios do meu coquetel (uso Nevirapina + Tenofovir + Lamivudina) e ele me disse que a Nevirapina pode reduzir a eficácia da Mirtazapina mas que no sentido contrário não haveria problemas. Resolvi fazer um teste terapêutico e inicei o uso da mirtazapina.
A recomendação clínica foi tomar 15mg nos 10 primeiros dias, para adaptação, e só depois passar para a dose de 30mg, sempre ao deitar.
Nos 2 primeiros dias tomei meio comprimido (15mg) e dormi a noite toda, porém acordei muito sonolento no dia seguinte e passei o dia todo meio anestesiado. Falei com o psiquiatra que me disse que era normal e que a tendência é que me corpo fosse se acostumando à droga nos dias seguintes. Caso isso não acontecesse deveríamos substituí-la. Persisti com a dose de 15mg e, de fato, as coisas foram se normalizando. No quinto dia já não sentia efeito nenhum durante o dia. O remédio me mantinha dormindo a noite toda, mas ao despertar eu conseguia levar uma vida normal. Senti também que estava um pouco mais bem humorado e menos exigente em relação aos outros.
No 9o dia resolvi passar para a dose de 30mg e o efeito permaneceu o mesmo. Dormia a noite toda, e ao despertar conseguia levar uma vida normal.
Hoje deve estou no 11o dia de tratamento e sinto que tem me feito bem.
Por outro lado, há coisas que ainda me tiram do sério e hoje vivi uma situação estressora no relacionamento que quase me fez perder o controle. Por sorte eu tinha planejado uma atividade física que foi a minha salvação. Ao me exercitar fisicamente consegui dar vazão àquela tensão acumulada no meu corpo por causa da situação no relacionamento e pude vivenciar de forma saudável um aumento de batimentos cardíacos, tensão muscular e todos os outros sinais associados ao estresse. Voltei mais leve e mais tranquilo em relação à situação.
Agora olhando com um pouco de recuo vejo que temos sim um ponto de discórdia que talvez mereça ser discutido mas não da forma como eu pretendia fazê-lo e talvez não nesse momento. Acho que a situação precisa de um pouco mais de observação para só depois ser tratada de forma madura e clara.

domingo, 16 de março de 2014

sexo oral em casais sorodiscordantes

estou em um relacionamento sorodiscordante e meu parceiro gosta de fazer sexo oral em mim. Ocorre que ele não deixa eu ejacular na boca dele. No início eu ficava meio constrangido com essa história mas depois entendi que é uma medida prudente. Conversei com meu infectologista que me disse que embora minha condição seja bastante saudável (tomo medicação e estou com a carga zerada há mais de um ano) fazendo com que o risco de contaminação por meio do sexo oral tenda a zero, ainda assim é recomendado não ejacular na boca do parceiro :-(
adotamos as camisinhas com sabor para aqueles momentos em que eu faço questão de chegar ao gozo com meu membro na boca dele. Nos outros momentos, eu o aviso da hora que estou para ejacular e deixo a ele a decisão de retirar e deixar que eu goze apenas próximo à sua boca.
Espero que um dia possa ser 100% seguro fazer sexo oral sem camisinha até o final pois é muito gostoso.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mais um resultado

Amanhã pego mais um resultado de biópsia. Dois pedaços um do reto e outro do cólon. Já é a segunda vez que faço pra tirar dúvidas sobre essas lesões. O médico desconfia que possa ser CMV e falou para avaliarmos e evitar complicações. Espero que não seja câncer, porque aí é muita coisa junto, HIV e câncer ninguém merece, né?
Ainda mais agora, que conheci alguém especial, que tem me aceitado como sou. Espero não me tornar um peso, nem precisar ser cuidado como doente. Esse é meu maior receio.
Desde que descobri que sou positivo, e isso já faz mais de 10 anos, pedi uma coisa a  Deus. Que não me deixe sofrer para morrer. Quando a hora chegar, me leve depressa, sem dor, sem sofrimento, sem muita conversa.
Hoje penso apenas, que queria ser avisado, com pelo menos alguns dias para deixar alguns recados. Pras pessoas que eu amo e pras que me conhecerarm, para saibam um pouco mais do sujeito com quem conviveram.
Mas pra que falar de morte agora, se tudo aponta pra vida. Vida ainda longa, não sem tribulações, mas quem disse que seria fácil, não é.
já nem sei mais o que estou escrevendo. Estou deixando as palavras fluirem. Desculpe-me pelo texto sem nexo, só estou esvaziando.
Amanhã darei notícias, do exame e do tratamento. Espero que esse blog sirva pra compartilhar meu sentimento.
E se em alguma coisa nos parecermos, que te sirva de alento, a angústia que tua passas eu também vivo aqui dentro.

domingo, 19 de janeiro de 2014

A medida que conhecemos a pessoa com quem nos relacionamos...

Início de relacionamento  é sempre parecido. As pessoas começam mostrando o que tem de melhor e mais bonito para cortejar e agradar o parceiro e na medida em que o tempo passa vão se mostrando mais intimamente e algumas partes não tão belas assim vão aparecendo, assim como os defeitos  (que todos tem).
No caso de um relacionamento sorodiscordante não é diferente. Eu vivi quase 2 meses aflito com a ideia de que essa seria a questão fundamental para definir se ficaríamos juntos ou não e de repente passou que eu nem senti… tudo bem, isso foi há uma semana atrás e ainda pode ser que em algum momento ele venha a achar que essa questão é um impeditivo, mas as experiências prévias me mostraram que normalmente esse tipo de decisão é tomada muito rapidamente depois que a pessoa descobre a questão sorológica do parceiro.
Ocorre que agora estamos diante de questões que poderiam ocorrer a qualquer casal. Nossa intimidade tem alguns pontos a serem trabalhados. Meu parceiro se declarou uma pessoa que não gosta de penetração em nenhum sentido (nem como ativo, nem como passivo). Depois de falarmos um pouco a respeito ele me contou da dificuldade em ser penetrado e que as vezes que tentou penetrar ele brochou. Falei com ele que penetração nunca foi algo fundamental para mim e que sempre me colocou em algumas dificuldades em ambos os sentido também, todavia era algo de que eu gostava (tanto como ativo ou como passivo) e de que sentia falta. Falei também que nunca fiz questão de ter penetração em todas as relações sexuais mas que, por outro lado, também nunca havia me imaginado num relacionamento onde nunca existiria penetração. Disse-lhe que me parecia que afora a questão de preferências (que não parece ser o caso aqui) o ser penetrado era uma questão física e emocional. Há necessidade de um treino para acostumar-se com algo dentro de você num lugar que não foi originalmente desenhado para isso e um outro lado emocional que tem a ver com a posição de submissão que o parceiro passivo se coloca e que parece ser incômoda para algumas pessoas (não falei com tantos detalhes mas foi isso que pensei em dizer). A questão de ter dificuldade em penetrar já me parece algo muito mais emocional mesmo e ele acabou me contando que já havia procurando atendimento médico e não detectou nenhum problema físico, e também psicológico e o máximo que conseguiu foi lembrar de um fato na infância onde viu seus pais transando e ficou assustado com o ato. Esse relato reforça minha tese de que dificuldades em se manter uma ereção e sobretudo em penetrar o parceiro tem um fundo emocional não-negligenciável. Eu mesmo já tive dificuldades em penetrar algumas pessoas por achar meu pênis pequeno, por me sentir de alguma forma inferior, por estar com medo etc… e já brochei algumas vezes também, o que foi desconfortável mas não me fez desistir da ideia ;-)
Somada a essa questão ele tem alguns problemas de saúde cujos tratamentos são longos e trazem uma série de limitações à vida normal de um casal. Caso continuemos juntos eu estarei assumindo que irei acompanhá-lo nesses tratamentos e que passarei por alguns momentos de restrições de movimentos, de práticas sexuais etc…
Nem todas as coisas que eu venho descobrindo sobre ele são ruins, é claro. Trata-se de uma pessoa inteligente, engraçada, extremamente carinhosa, verdadeira, fiel, com valores humanos elevados, sociável, bonita e a lista dos elogios é não exaustiva.

Resolvi compartilhar isso aqui no blog porque hoje me sinto numa relação mais equilibrada uma vez que ambos temos complexidades pessoais que nos tornam ao mesmo tempo pessoas mais interessantes e mais difíceis de se relacionar. Espero que continuemos juntos por muito tempo pois estou bastante feliz nessa relação onde tenho conseguido algumas coisas que considero fundamentais. As questões que ainda estão me incomodando quanto às práticas sexuais, por exemplo, já estão sendo tratadas e creio que vamos chegar a acordos que fiquem bons para ambos os lados.

Contei que sou soropositivo… e agora?

No último final de semana contei para o meu namorado que sou soropositivo.
Foi difícil chegar a esse momento pois tinha medo de que essa condição fosse um obstáculo para continuarmos nosso relacionamento.
Felizmente ele reagiu bem e continuamos da mesma forma como estávamos antes de ele saber.
Interessante que ele me disse que chegou a pensar que eu fosse soropositivo por causa do meu tipo físico (magro) mas quando ele viu umas fotos antigas minhas e percebeu que eu sempre havia sido magro se disse que aquilo era uma besteira. No final das contas ele tinha razão, mas pelo motivo errado. Quando ele falou isso, a primeira coisa que me veio à mente foi: se ele achava que eu era soropostivo porque ele não perguntou para confirmar? Ou então, porque ele decidiu continuar comigo mesmo desconfiando dessa possibilidade? Isso me pareceu ser um bom sinal de que essa questão não iria fazer que ele terminasse o relacionamento comigo.
Por outro lado, ele me relatou algumas experiência ruins com HIV/Aids. Ele já perdeu 2 pessoas da família dele com Aids e isso é algo que pareceu trazer um certo sofriemento a ele, pela forma como falou. Por outro lado, foi em outro tempo onde o tratamento não era tão evoluído etc e tal. Disse-lhe que  minha condição de saúde em relação ao vírus era boa e que provavelmente eu morreria com o vírus, mas não por causa dele. No final das contas, tudo continua bem em nosso relacionamento e temos outras questões que surgem para serem resolvidas pois essa do HIV já está superada :-D

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A pior doença

Ando num dilema terrível: em que momento devo contar para o cara por quem me apaixonei que eu sou soropositivo?

Tenho lido depoimentos a respeito e trabalhado o tema em terapia. Para mim é muito falar da minha intimidade de uma forma geral, e acho que essa é minha pior doença: o medo de me expor sem saber o que as pessoas vão fazer com o que vou mostrar a elas. Temo que achem feio aquilo que eu tenho dentro de mim (porque talvez eu mesmo ache feio).

Sempre tive dificuldade de me aceitar: meu corpo, minha família, minha condição social, meu status sorológico etc…

Tudo que eu tenho que foge ao padrão idealizado como pefeito acabo considerando como sendo o pior da categoria. Por exemplo, o meu corpo: não sou musculoso como se espera de um homem na nossa sociedade e por causa disso tenho vergonha de tirar minha camisa, me sinto inferior aos que o são e acho que o meu corpo é o mais feio de todos.

Acho que transpus toda esse sentimento de inferioridade para a condição do HIV e acho que sou portador da pior doença de todos os tempos. Contagiosa, vergonhosa, fruto de um castigo por ser promíscuo etc e tal…
O engraçado é que recentemente tenho prestado mais atenção em como existem pessoas com doenças crônicas em volta de mim.
Antes de conhecer esse cara com quem estou namorando agora, estava saindo com um outro que já fez algumas cirurgias e tem uma condição renal crônica. Antes desse estive com um  outro que tinha hepatite C. Esse foi engraçado porque ele falou umas 3 vezes olhando nos meus olhos: "porque eu tenho hepatite C!"fiquei com a impressão que ele achou que eu não tinha entendido a gravidade da doença ou que talvez eu não soubesse o que é hehe… e ainda assim não tive coragem de contar para nenhum desses 2 que eu era soropositivo. No caso deles também não estava suficientemente envolvido para me abrir. O cara da hepatite C eu tive muita vontade de contar até por solidariedade já que é uma doença com algumas características bem similares ao HIV sobretudo em relação a contágio,  tratamento etc.

Mas falando da história atual, estou bastante envolvido com esse cara e até já demos o título de namoro ao relacionamento que estamos tendo. Sinto que preciso falar para ficar mais tranquilo sobretudo na questão sexual. Espero encontrar o momento certo em breve. E mais do que isso, continuo tentando me curar da minha pior doença que é a dificuldade de autoaceitação que me persegue desde que me entendo por gente.